domingo, 12 de maio de 2013

CARREGA PORTO: FC PORTO 2-1 BENFICA


FC Porto-Benfica, 2-1
Liga portuguesa, 29.ª jornada
11 de Maio de 2013
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 50.117 espectadores

Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)
Assistentes: Tiago Trigo e Bertino Miranda
Quarto árbitro: Luís Ferreira

FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson e Varela
Substituições: Fernando por Defour (73m), Lucho por Kelvin (79m) e Danilo por Liedson (84m)
Não utilizados: Fabiano, Abdoulaye, Castro e Sebá
Treinador: Vítor Pereira

BENFICA: Artur; Maxi, Luisão (cap.), Garay e André Almeida; Salvio, Matic, Enzo Pérez e Ola John; Gaitán e Lima.
Substituições: Gaitán por Roderick (67m), Lima por Cardozo (73m) e Ola John por Aimar (84m)
Não utilizados: Paulo Lopes, Melgarejo, Rodrigo e Urrega
Treinador: Jorge Jesus

Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Lima (19m), Varela (25m) e Kelvin (90m+2)
Cartão amarelo: Enzo Pérez (46m), James (56m), Matic (59m), Fernando (66m), Defour (80m), Artur (85m) e Helton (90m+3)

O jogo no Dragão começou de forma emocionante. O Benfica foi o primeiro a estar em vantagem através de Lima. Um golo de Kelvin, já em tempo de compensação, permitiu ao FC Porto vencer o Benfica, por 2-1, e ficar mais perto de ser tricampeão nacional de futebol. O jovem brasileiro foi decisivo numa reviravolta que a certa altura parecia impossível.
À entrada intensa e nervosa que esteve na origem de vários passes errados, sucedeu um prolongado exercício de domínio portista, que produziu os melhores lances, sem no entanto, gerar o golo. Depois dos remates de Danilo e Fernando, o Benfica marcou aos 19 minutos, por intermédio de Lima na sequência de um lançamento de linha lateral.
Só que a vantagem dos lisboetas durou pouco tempo. Seis minutos depois, os portistas repuseram a igualdade, com um autogolo de Maxi Pereira, após cruzamento de Varela.
Ao intervalo, as duas equipas regressaram aos balneários e na segunda parte, os azuis e brancos entraram mais fortes no jogo, colocando em sentido a defensiva contrária. Apesar disso, o FC Porto não conseguiu dar a volta ao jogo, ora por parte dos erros e precipitações constantes dos azuis e brancos, ora por parte do anti-jogo dos encarnados.
O melhor estava guardado para o fim. Já depois de levantada a placa com quatro minutos de compensação, Kelvin, na esquerda, assistido por Liedson, encheu o pé e desenhou o prémio merecido e o castigo supremo para a soberba táctica que fez subir o autocarro ao relvado. A bola entrou junto ao poste mais distante, para despertar a pressa súbita de Artur, aquele que até então, mais se divertira a deitar o tempo fora. Sangue, suor e lágrimas em cada canto das bancadas, abraços entre desconhecidos num momento de extâse no Estádio do Dragão.
O golo fez explodir o vulcão que estava instalado no Dragão. Houve invasão de campo por adeptos portistas que queriam comemorar, forçando a partida a ser jogada para lá dos 94 minutos, mas sem perigo para o FC Porto.
Segue-se uma deslocação difícil a Paços de Ferreira, mas não podemos deixar fugir o que demorou a aparecer.

DECLARAÇÕES
No rescaldo da vitória em cima do apito afinal sobre o Benfica, Vítor Pereira admitiu a “felicidade” da equipa e confessou que se emocionou, mas colocou o enfoque no jogo em Paços de Ferreira, que pode dar o 27.º título nacional ao FC Porto. “Não podemos festejar por antecipação, podemos atirar foguetes antes da festa e as coisas viram e correm mal”, declarou.

Foi um jogo de acreditar ate ao fim?
Tenho de admitir que fomos felizes no momento em que fizemos o golo, mas procurámos a felicidade durante todo o jogo. O resultado que nos interessava era a vitória e o Benfica jogou com o nulo, que lhe continuaria a dar dois pontos de vantagem. Acabámos por ser premiados por acreditar sempre que, com o nosso jogo, poderíamos criar situações de golo e chegar à vitória. Tenho de dar os parabéns à equipa e a toda a gente que trabalhou para nos dar este resultado. Sabemos que temos agora um jogo muito difícil pela sempre e o Paços de Ferreira é uma equipa de grande qualidade, que fez uma época excepcional e tem um campo com características especiais. Teremos de nos preparar muito bem para esse jogo. Teremos de ir a Paços com muito querer e vontade para chegarmos ao objectivo fundamental da época que é o título.

Quando lança dois jogadores que desenham o lance do 2-1, como Kelvin e Liedson, esta é a altura de recolher os méritos?
Não, os jogadores que entraram é que têm o mérito porque fizeram bem o movimento e o Kelvin finalizou bem. Ainda bem que assim foi.

Foi perceptível a festa de Pinto de Costa no final do jogo. Já falou com o presidente? É obrigatório perguntar-lhe se este resultado abre uma janela para a sua continuidade.
Já estive com o presidente, como é natural no final de um jogo. Ele vem sempre cumprimentar os jogadores e os treinadores. Relativamente à questão pessoal, não estou minimamente preocupado com isso. Faço a minha avaliação e continuarei a ser treinador de certeza. A competência também não me vão tirar. O futuro é o que tiver de ser.

Depois do jogo, na flash, e agora, na conferência, esteve bastante contido. O que sentiu no momento do golo e quando o árbitro deu por terminado o encontro?
Foi um jogo de uma tensão enorme. Houve momentos em que perdemos um pouco a lucidez. Foi um jogo de muita tensão, que pode definir um campeonato, e é natural que no final liberte alguma emoção. Sou uma pessoa emocional, também me emociono. Só isso. Comemorei a vitória de hoje e mais nada.

Quando começou a jornada o Benfica estava em vantagem. Agora tem o FC Porto a vantagem de ir a um estádio de uma equipa que já tem a classificação definida, enquanto o Benfica recebe um Moreirense a lutar pela permanência. Como vai gerir o ânimo dos jogadores?
Pelo campeonato que o Paços tem feito, provou, por mérito próprio, que este ano foi a terceira melhor equipa em Portugal. Todos temos consciência de que é um jogo muito complicado, ainda para mais frente a uma equipa altamente moralizada. Sabemos igualmente que estamos a uma vitória do título. Temos de ir concentrados, com a motivação bem lá em cima e com controlo emocional para fazer bem o nosso jogo.

Antes do jogo disse que sabia como o Benfica iria jogar. Peço-lhe que me diga se foi como pensava.
O FC Porto tem um modelo bem definido, gosta de ter bola e a sua posse. Se formos a ver os registos, claramente somos a equipa com mais bola do campeonato. Quando a perdemos somos agressivos, para voltar a ter o domínio. A matriz do Benfica é diferente, não digo para melhor ou para pior, mas jogam em acelerações constantes. Com um adversário sem qualidade para ter bola criam grandes dificuldades. O jogo parte-se e têm “aceleradores” com bola que causam muitos problemas. Contra nós, o Benfica corre mais atrás da bola e a nossa forma de pressionar altera a sua forma de jogar, porque procuram muitas vezes as bolas longas e contra outros adversários isso não acontece.

Fica numa posição mais forte com esta conquista? E já se podem encomendar as faixas do título?
Em relação ao meu futuro, já respondi que não me incomoda minimamente. Se tenho futuro? Não tenho dúvidas. Em relação ao título também já respondi. Falta-nos uma final, um grande jogo, em que vamos ter de ser melhores para o caso de queremos festejar. Não podemos festejar por antecipação, podemos atirar foguetes antes da festa e as coisas viram e correm mal.

À saída para o intervalo teve uma discussão mais acalorada. Podemos saber se ficou tudo sereno?
Não foi nada com o Jorge Jesus, que até estava calmo. Eu é que estava acalorado, arrependo-me de ter dito algumas coisas e também ouvi coisas menos agradáveis. Não tenho problemas em admitir que não estive bem, alterei-me por momentos, mas foi fruto do próprio jogo.


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