segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CARREGA PORTO: VITÓRIA CLARA COM PROBLEMAS DE EXPRESSÃO

FC Porto-Académica, 2-1
Liga, nona jornada
11 de Novembro de 2012
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 31.910 espectadores

Árbitro: Hugo Pacheco (Porto)
Assistentes: João Silva e Pedro Ribeiro
Quarto árbitro: Pedro Maia

FC PORTO: Helton; Danilo, Abdoulaye, Otamendi e Mangala; Defour, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela
Substituições: Varela por Atsu (63m), João Moutinho por Castro (85m) e James por Kelvin (90m+2)
Não utilizados: Fabiano, Iturbe, Miguel Lopes e Rolando
Treinador: Vítor Pereira

ACADÉMICA: Ricardo; João Dias, João Real, Flávio (cap.) e Nivaldo; Marinho, Makelele e Keita; Cleyton, Cissé e Wilson Eduardo
Substituições: Cleyton por Ogu (63m), Marinho por Ferreira (74m) e Nivaldo por Afonso (74m)
Não utilizados: Peiser, Maguique e Saleiro
Treinador: Pedro Emanuel

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: James (50m), João Moutinho (62m) e Wilson Eduardo (79m)
Cartão amarelo: Abdoulaye (75m), Ferreira (78m) e Ogu (83m)


Oito meses depois, o bicampeão voltou a consentir um golo no Dragão em jogos da Liga. Curiosamente, frente ao mesmo adversário que marcara pela última vez no Porto. Mas a proeza, ou a apetência especial, não serviu de muito à Académica. Antes de Wilson Eduardo, marcaram James e João Moutinho. E depois mais ficaram por marcar, numa vitória mais clara do que a expressão do resultado (2-1).

Faltou, sobretudo, intensidade e envolvimento à primeira parte dos Dragões, porque, já então, o ataque, sendo frequente, não era suficientemente rápido para provocar desequilíbrios numa defesa, a da Académica, que depressa mecanizou movimentos de neutralização, encontrando sempre resposta às articulações preferenciais do adversário.

Por duas vezes, Jackson Martínez foi a maior ameaça. Ainda antes de atingida a dezena de minutos, o colombiano errou a direcção do “chapéu” quando Ricardo lhe saiu ao caminho e, pouco depois de ultrapassada a meia-hora, assistido por João Moutinho, preferiu o remate à meia-volta, com James mesmo ao lado e em condições de correr isolado para a baliza.

Obrigado a travar por opção do compatriota, James correria mais tarde, pouco depois do recomeço, movido por um daqueles passes de Lucho a que não se pode dizer não. Dominada a bola e à saída de Ricardo, James escolheu o lado mais difícil e marcou, entre o guarda-redes e o poste mais próximo.

Não passariam muito mais de dez minutos para a bola voltar a entrar na baliza da Académica e, curiosa e sensivelmente, pelo mesmo sítio. Desta vez, com todos os créditos do lance resumidos num único protagonista e num lance inventado e interpretado por João Moutinho: um remate preciso, desferido a mais de 20 metros, para o qual Ricardo voou, indiferente às probabilidades nulas de êxito.

Apesar de imutável, o domínio portista seria pontualmente questionado num remate de Wilson Eduardo, surgido quase do nada, mas a tempo de recuperar dúvidas e interesse com pouco mais de dez minutos para jogar, que, ainda assim, bastaram para o FC Porto repetir exercícios de superioridade, sem acrescentar novos números ou expressão a uma hegemonia que merecia maior capacidade de finalização.


DECLARAÇÕES

Após a vitória por 2-1 frente à Académica, Vítor Pereira fez uma análise serena da partida na sala de imprensa do Estádio do Dragão. Sublinhou a justiça do triunfo portista, que em nenhum momento pareceu em perigo, elogiou os golos de Moutinho e James e admitiu que o desgaste do jogo em Kiev, na terça-feira, impediu os Dragões de aplicar maior intensidade na partida.

Era esta Académica que esperava e que dizia que seria um adversário difícil, após o empate em Kiev?
Sim. Os jogos da Académica que tive oportunidade de ver, com o Atlético de Madrid, ao vivo, mostraram-me uma equipa compacta, bem trabalhada, organizada e que, em termos de transição defensiva, cria dificuldades. Do meu ponto de vista, as duas equipas acusaram um pouco os jogos anteriores, até do ponto de vista emocional. Gostava que a dinâmica e o ritmo tivessem sido maiores. O terreno está pesado, mas estou satisfeito: nos momentos em que não mostrámos tanta qualidade, tivemos espírito de entreajuda e paciência. Na segunda parte, aceleramos e fizemos dois golos. Estou satisfeito com o resultado e a equipa.

Depois de algumas exibições com 90 minutos de nota artística positiva, a equipa voltou a um passado recente e não entrou bem. O que se passou?
É a sua opinião. Do outro lado estava uma equipa organizada, fechada. Já tinha dito que as duas equipas acusaram a exigência e o esforço das competições europeias. Houve mérito da Académica e não houve muitos espaços para a nossa dinâmica. Não sou da sua opinião. Na primeira parte, tivemos a bola quase na totalidade do tempo, mas não conseguimos concretizar. Na segunda parte, tivemos alguns espaços e fizemos dois golos bonitos e tivemos oportunidades que não concretizámos. Tivemos alguns apontamentos de grande qualidade, mas não conseguimos, depois de jogo europeu – que implicou viagens e uma noite perdida – jogar sempre a um alto ritmo. Quem acompanha o fenómeno do futebol sabe que isso não seria possível depois de um jogo na Ucrânia.

A forma como comemorou o golo do João Moutinho tem a ver com algo em particular?
Disse-lhe que ele já merecia este golo, porque tenta tantas vezes fazer aquilo. Fez um excelente jogo, tem de continuar a trabalhar a meia distância e acreditar nele próprio. Vejo-o a trabalhar muito para fazer este tipo de golos e faz bastantes nos treinos. O golo do James também foi de excelente execução, por isso estou satisfeito.

O golo da Académica surgiu contra a corrente do jogo…
Poderíamos ter feito o 3-0 e depois surge uma bola perdida, em que recuperámos como equipa, mas o ressalto caiu nos pés do Wilson Eduardo, que, com a qualidade que tem, fez aquele disparo. Penso que produzimos um bom espectáculo e foi uma vitória justíssima da nossa parte.

fonte: fcporto.pt

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